A decisão encerrou um processo rápido, iniciado em agosto, quando Adriana Kugler renunciou ao cargo no Fed. A saída dela abriu uma vaga no conselho de sete membros, permitindo a Trump nomear alguém favorável a cortes de juros — medida que ele vem defendendo ao longo do ano. A senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, foi a única a votar contra Miran entre os membros de seu partido. Normalmente, a confirmação de um indicado ao Fed pelo Senado leva meses, mas, no caso do conselheiro econômico de Trump, o processo durou menos de seis semanas. Após a conclusão da papelada e da posse, Miran participará da reunião de dois dias de política monetária do banco central, que começa já nesta terça-feira (16). A expectativa é que o Fed aprove na quarta-feira (17) uma redução de 0,25 ponto percentual nos juros, em resposta aos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho no país. Analistas avaliam que Miran pode divergir da decisão, defendendo um corte maior — embora não tão profundo quanto os vários pontos percentuais exigidos por Trump. Ao liderar o Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Miran afirmou diversas vezes que o tarifaço Trump não provocará inflação. Defendeu ainda que outras políticas do presidente — como a repressão à imigração — vão diminuir a demanda por moradia e ajudarão a conter pressões mais amplas sobre os preços. Trump durante reunião com líderes europeus e Zelensky na Casa Branca — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP Funções no Fed e vínculo com a Casa Branca Como novo integrante do Fed, Miran terá funções que vão além da definição dos juros. Os diretores também atuam em comitês de supervisão e regulação financeira, acompanham bancos comunitários e participam de decisões sobre pessoal e orçamento do sistema e de seus 12 bancos regionais. Miran manterá o cargo na Casa Branca, mas ficará em licença não remunerada enquanto durar seu mandato no Fed, que termina em 31 de janeiro. Ele, porém, poderá permanecer no posto indefinidamente caso um sucessor não seja nomeado e confirmado a tempo. Miran manterá seu cargo na Casa Branca, mas ficará em licença não remunerada enquanto estiver no Fed, com mandato até 31 de janeiro de 2026. Ele, no entanto, poderá permanecer indefinidamente se um sucessor para sua vaga ainda não tiver sido escolhido e confirmado. Democratas criticam a nomeação, dizendo que Miran seria um “fantoche” de Trump — acusação que ele nega. Outros dois diretores do Fed, nomeados por Trump em seu primeiro mandato — Michelle Bowman e Christopher Waller — discordaram da política monetária na reunião de 29 e 30 de julho, defendendo medidas mais brandas. Analistas dizem que dados do mercado de trabalho mais fracos do que o esperado desde então podem levá-los a discordar novamente em setembro, defendendo um corte maior que o de 0,25 ponto percentual já precificado pelos mercados. Uma discordância tripla de governadores do Fed não ocorre desde 1988, no início do mandato do ex-presidente do Fed, Alan Greenspan. ‘Trump está tentando reduzir a independência do FED’, afirma Fabio Kanczuk
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