🔎 Com o tarifaço, o estado de São Paulo deve acumular a maior perda, em valores absolutos. O PIB pode ter uma queda de 0,13% com os impactos das medidas tarifárias, o que representa perdas de cerca de R$ 4,46 bilhões. (Leia mais abaixo.) O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, também participou do evento, que começou por volta das 10h. Com duração de uma hora e meia, a reunião foi a portas fechadas. Por enquanto, o Palácio dos Bandeirantes não divulgou a lista de presença de empresários ou os temas discutidos. O ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, filiado ao Republicanos, mesmo partido do governador, também compareceu ao evento. Skaf ajudou a reforçar, entre seus pares do setor privado, o convite do governo para a reunião, diante do impacto real do tarifaço na indústria e entre os exportadores de São Paulo. Tarcísio de Freitas, governador de SP, antes da reunião com os empresários — Foto: Raul Luciano/Ato Press/Estadão Conteúdo Tarifa de 50% Segundo o estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental (Nemea-UFMG), São Paulo deve acumular perdas de 0,73% no PIB estadual referente à agropecuária, além de uma queda de 0,12% na indústria extrativa e de 0,31% na indústria de transformação. O setor de indústria de transformação inclui, por exemplo, metalúrgicas e siderúrgicas — afetadas pela taxação do aço e do alumínio. Além disso, inclui também a indústria de máquinas e equipamentos, que passa a ter uma competição ainda mais forte com a indústria interna dos Estados Unidos. Em relação à agropecuária, o cultivo da laranja é um dos mais afetados. A fruta é utilizada para fazer suco, um dos itens mais exportados pelo Brasil ao país norte-americano. Mais de 90% do cultivo da laranja está concentrado em cidades de São Paulo e de Minas Gerais. Posição de Tarcísio Em uma publicação nas redes sociais, afirmou que “a responsabilidade é de quem governa” e acusou o presidente de colocar “sua ideologia acima da economia”. Lula com boné de campanha do governo e Tarcísio com boné com lema de Donald Trump — Foto: Reprodução A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou duramente os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-os de colocar interesses ideológicos acima dos interesses nacionais. Ela afirmou que o tarifaço é uma forma de chantagem política de Trump, motivada por questões internas dos EUA e pelo julgamento de Bolsonaro no STF. Dias depois, Tarcísio suavizou o discurso. Defendeu a união de esforços entre os governos estadual e federal para enfrentar os efeitos do tarifaço, reconheceu a gravidade da situação e elogiou a atuação diplomática do governo Lula.