E voltou a dizer que “a responsabilidade é de quem governa”. Tarcísio afirmou também que vai abrir diálogo com as empresas de São Paulo sobre a tarifa. “Acabo de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas. Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”, disse o governador em publicação no X. Em nota, a Embaixada dos EUA em Brasília confirmou a reunião e disse que “diplomatas americanos se reúnem regularmente com governadores brasileiros. A Embaixada dos EUA promove os interesses das empresas americanas e a cooperação bilateral.” Tarifa de 50%: Tarcísio responsabiliza Lula por taxa de Trump sobre o Brasil — Foto: Reprodução Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio é cotado para disputar a Presidência contra o atual presidente em 2026. Em resposta a Tarcísio, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que “quem está colocando ideologia acima dos interesses do país é o governador Tarcísio e todos os cúmplices de Bolsonaro que aplaudem o tarifaço de Trump contra o Brasil”. Segundo ela, os adversários do PT “pensam apenas no proveito político que esperam tirar da chantagem do presidente do EUA” e que se trata da “continuação do golpe pelo qual Bolsonaro responde no STF, agora usando tarifas de um país estrangeiro”. Carta ao Brasil teve teor político e citou Bolsonaro Em carta enviada ao presidente Lula na qual justifica a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Bolsonaro e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Na carta, Trump afirmou, sem provas, que sua decisão de aumentar a taxa sobre o país também foi tomada “devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”. Segundo o documento, a tarifa de 50% será aplicada sobre “todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA, separada de todas as tarifas setoriais existentes”. Produtos como o aço e o alumínio, por exemplo, já enfrentam tarifas de 50%, o que tem impactado diretamente a siderurgia brasileira. Tarifa mais alta De forma geral, Trump definiu tarifas mínimas sobre produtos importados, que variam entre 20% e 50%, a depender do país, com validade a partir de 1º de agosto. Ao justificar a medida, Trump também afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta”. Disse que barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil “causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os EUA”. Ao longo desse período, as vendas americanas ao Brasil superaram as importações em US$ 90,28 bilhões (equivalente a R$ 493 bilhões na cotação atual), considerando os números até junho de 2025. Leia mais aqui. Por isso, analistas afirmam que a postura de Trump com as tarifas tem um forte componente geopolítico, com o objetivo principal de ampliar seu poder de barganha e influência nas relações internacionais. O que disse Lula “O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, disse. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça brasileira e não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, acrescentou. O presidente também respondeu às críticas de Trump em relação às plataformas digitais: “No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas, nacionais ou estrangeiras, estão submetidas à legislação brasileira.” Trump anuncia taxa de 50% ao Brasil Trump fala com a imprensa antes de embarcar para a cúpula da Otan, em Haia — Foto: Reuters/Kevin Lamarque
Tarifaço de Trump: Tarcísio se reúne com membro da Embaixada dos EUA e volta a dizer que ‘responsabilidade é de quem governa’
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