TCU vai notificar governo sobre riscos de buscar limite inferior em vez do centro da meta fiscal

TCU vai notificar governo sobre riscos de buscar limite inferior em vez do centro da meta fiscal

A Corte não avalia a conduta como irregular, nem regular, mas aponta riscos da prática para a dívida pública e a integridade do arcabouço fiscal. 🔎 A meta fiscal é estruturada em três faixas: superior, central e inferior. A meta central de 2026 enviada pelo governo prevê déficit zero, como nos últimos anos. 🔎 As duas outras bandas, conhecidas como intervalos de tolerância, permitem que o governo seja considerado cumpridor da meta fiscal mesmo que o resultado fique acima ou abaixo do déficit zero. Em setembro, a Corte de Contas havia dito ao Executivo que perseguir o limite inferior da banda de tolerância para fins de contingenciamento é irregular e que o parâmetro correto a ser perseguido era o centro da meta — isto é, de déficit zero. A equipe econômica do governo avaliou que a mudança poderia levar a um bloqueio de até R$ 30 bilhões nas contas, levando a um colapso da máquina pública neste ano. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Após recurso do governo, o TCU autorizou essa prática em 2025. E, em outubro, o Congresso aprovou uma mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano para permitir que o governo continue a mirar o limite inferior da meta fiscal. Na prática, a medida permite que eventuais congelamentos e bloqueios de despesas sejam feitos mirando o piso da meta orçamentária de 2025. Diante disso, os ministros do TCU apontaram, nesta quarta-feira (3), que a discussão perdeu o objeto após o congresso ter legislado sobre o assunto. Porém, vai avisar mesmo assim o Executivo sobre os riscos da prática. “Fato concreto é que, diante das novas disposições da LDO 2025, não mais é dado ao Poder Executivo promover o contingenciamento por parâmetro outro que não o limite inferior da meta de resultado primário”, diz o acórdão da Corte de Contas. “[O TCU] está apenas dando conhecimento ao Poder Executivo – bem como ao Congresso Nacional – de que a busca do limite inferior da meta de resultado pode representar riscos à sustentabilidade da dívida pública e à credibilidade da política fiscal”, complementa o documento. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em imagem de 2025 — Foto: Reuters via BBC

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