Temendo efeito em crianças, OMS pede restrições a cigarro eletrônico

Temendo efeito em crianças, OMS pede restrições a cigarro eletrônico

Crédito, THINKSTOCKLegenda da foto, Cigarro eletrônico pode ser prejudicial a não-fumantes, diz OMS26 agosto 2014O famoso e recém-disseminado cigarro eletrônico pode sofrer mais restrições antes mesmo de ter seu comércio e importação liberados no Brasil.A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um relatório alertando para o perigo que o produto pode representar para crianças e adolescentes e, por isso, sugere um controle maior na comercialização do dispositivo até que se tenha a certeza de seus possíveis efeitos.O cigarro eletrônico já pode ser visto em terras brasileiras – a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a venda e a importação do produto, mas não o uso, a não ser em locais fechados onde a lei impede o fumo – e tem se tornado uma alternativa comum aos fumantes que tentam se livrar dos malefícios advindos do vício do cigarro.O dispositivo eletrônico oferece pequenas doses de nicotina, mas sai na frente do cigarro comum por não ter a queima do fumo (que inclui substâncias cancerígenas provenientes do tabaco).A OMS, porém, considera que, apesar do aparente “benefício” para os fumantes, o cigarro eletrônico pode representar uma ameaça para adolescentes e mulheres grávidas (podendo prejudicar o crescimento do feto). A OMS adverte que o vapor do dispositivo eletrônico exala algumas substâncias tóxicas e nicotina no ar e que não há evidências de que ele ajude os fumantes a largar o vício.Pule Mais lidas e continue lendoMais lidasFim do Mais lidasPor isso, a Organização pede que o uso desse tipo de dispositivo seja proibido em lugares fechados “até que se prove que o vapor que sai deles não é prejudicial para outras pessoas” e que a venda para crianças ou menores de idade também seja suspensa.Para os ativistas que defendem o uso do cigarro eletrônico, no entanto, as restrições precisam ser “proporcionais”.RelatórioO relatório da OMS atenta para o potencial do cigarro eletrônico em supostamente desencadear o aumento do uso de cigarros por crianças. Especialistas em saúde pedem a proibição das propagandas com esse dispositivo que podem motivar crianças e não-fumantes a usar o produto.Eles alegam que as essências usadas no cigarro eletrônico com sabores doces, de frutas ou bebidas alcoólicas também deveriam ser banidas, já que elas tornam o produto ainda mais atrativo para adolescentes e não-fumantes.Além disso, a OMS pede que a exposição de cigarros eletrônicos em máquinas de venda automática também sofra restrições.De acordo com a Organização, enquanto esses dispositivos parecem menos prejudiciais do que os cigarros tradicionais, eles podem representar ameaças para adolescentes e fetos de mulheres grávidas que usam esse tipo de produto.Mas alguns pesquisadores sugerem que restrições mais duras podem impedir que os fumantes tenham acesso a um produto potencialmente menos prejudicial que o cigarro comum.“Sempre dissemos que, considerando que a nicotina causa vício, a idade mínima da lei (18 anos) deveria ser aplicada também para os cigarros eletrônicos”, afirma um porta-voz de uma empresa britânica de tabaco. “No entanto, se fortes regulações restritivas servirem de obstáculo para a inovação ou o uso adulto, isso poderá inibir o surgimento de novos produtos – e isso só pode ser algo ruim para a saúde pública.”Restrições proporcionaisHazel Cheesman, representante da entidade britânica Ação em Fumo e Saúde, diz que não há provas de qualquer dano a fumantes passivos do cigarro eletrônico e argumenta que a restrição a ele, se acontecer, deveria ser proporcional.“Fumar mata 100 mil pessoas só no Reino Unido. Todos ou boa parte dos fumantes que trocam o cigarro comum pelo cigarro eletrônico estão mais suscetíveis a reduzir os riscos para a saúde”, afirma.“Apesar de não podermos estar certos de que cigarros eletrônicos são completamente seguros, como reconhece a OMS, eles são consideravelmente menos prejudiciais do que o fumo do tabaco e pesquisas sugerem que eles estão ajudando fumantes a parar”, completa Cheesman.Uma convenção internacional para discutir o controle do tabaco acontecerá em outubro, com possíveis novas orientações globais sobre o cigarro eletrônico.

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