Líderes europeus realizaram uma reunião de emergência nesta segunda-feira (17), em Paris, como resposta às propostas que serão alinhadas entre Estados Unidos e Rússia.O encontro na capital francesa terminou com a declaração do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, de que os gastos com Defesa serão excluídos do limite de déficit exigido pela União Europeia a suas nações, abrindo espaço para mais investimentos dos países na Otan.“Especialmente porque temos uma reserva financeira sólida na Europa. Perguntei à chefe da Comissão e ela confirmou – estamos falando de muitos, muitos milhares de milhões de euros que podem ser lançados imediatamente,” disse o premiê.É uma reação à administração Trump, que já deixou claro que a Europa não pode mais depender dos Estados Unidos para a sua segurança. A reunião também foi uma resposta à decisão da Casa Branca, de deixar seus antigos aliados do continente de fora das negociações de paz com a Rússia.Nesta terça-feira (18), a delegação americana, do secretário de Estado Marco Rubio, se reunirá com a equipe do ministro das Relações Exteriores do Kremlin, Sergei Lavrov, na Arábia Saudita, sob intermediação do príncipe herdeiro Mohammad Bin Salman.O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que não aceitará qualquer acordo em que não houver participação de autoridades ucranianas e defende também a inclusão da Europa nas tratativas.O receio dos líderes europeus é de que o plano de paz de Trump faça concessões à Rússia que coloquem em risco o futuro da Ucrânia. “Nós saudamos as negociações, mas precisamos lembrar que este não pode ser um fim falso. Não podemos repetir os erros do passado, porque não é a primeira vez que a Rússia de Putin anexa territórios que não são deles”, afirmou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.A União Europeia, no entanto, está dividida quanto ao uso de tropas. Suécia, Dinamarca e Reino Unido concordam em enviar forças de paz ao país do leste europeu, mas essa medida não é consenso. O primeiro-ministro inglês, Keir Starmer, defende a iniciativa alegando que o objetivo é garantir que um eventual o cessar-fogo não signifique apenas uma pausa até que Putin ataque de novo.“O que está em jogo não é apenas o futuro da Ucrânia. É uma questão existencial para a Europa como um todo, portanto, vital para o interesse nacional da Grã-Bretanha”, afirmou o líder inglês.O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou o enviado americano para a questão Rússia-Ucrânia, o general Keith Kellog, de que apenas uma resolução justa e duradoura à guerra pode garantir estabilidade para o país do leste europeu. Kellog deve se encontrar com Zelensky nesta quinta-feira (20).Zelensky disse que quer levar o general até as linhas de frente de batalha para que ele tenha uma noção precisa sobre o conflito.
Temor de planos de Trump para Ucrânia leva líderes europeus a se reunirem
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