Transporte por aplicativo dispara, mas está ausente em 4 mil cidades, segundo prefeituras

Transporte por aplicativo dispara, mas está ausente em 4 mil cidades, segundo prefeituras

Mesmo com o avanço, o serviço ainda é minoria no país: apenas um em cada quatro municípios brasileiros tem esse tipo de serviço. Entre os 5.568 municípios que responderam ao levantamento, 1.465 (26%) informaram possuir serviços como Uber, 99 ou Cabify em operação. A maioria (73%, 4.084 cidades), porém, declarou não contar com esse tipo de serviço. Os outros 21 municípios (0,4% do total) não informaram a situação ou recusaram a responder Em comparação, os meios tradicionais de transporte continuam predominando. Veja abaixo o percentual de municípios que informaram ter cada um dos modais: 🛥️ Barco: 9% (506 municípios)🚉 Metrô: menos de 1% (21 municípios)🏍️ Mototáxi: 53% (2925 municípios)🚕 Táxi: 80% (4427 municípios)🚂 Trem: 2% (106 municípios)🚐 Van: 60% (3338 municípios)✈️ Avião: 3% (192 municípios)🤳 Serviço por aplicativo (Uber, Cabify, 99Taxi e outros): 26% (1465 municípios)🚌 Ônibus intermunicipal: 78% (436 municípios)🚎 Ônibus intramunicipal: 31% (1735 municípios) Veja os vídeos que estão em alta no g1 Tamanho dos municípios influencia no uso de modais de transporte Para a pesquisadora Caroline Santos, do setor de Pesquisa e Gestão Pública do IBGE, a avaliação dos dados deve considerar o tamanho dos municípios. “O que a gente percebe pela análise dos dados é que o transporte rodoviário é predominante. A nossa malha rodoviária é gigante. A presença desse transporte está diretamente relacionada ao tamanho dos municípios e tem uma relação muito direta com o tamanho da população”, explica. A pesquisadora também associa a menor presença de ônibus intramunicipais (aqueles que circulam localmente entre bairros de uma mesma cidade) com o tamanho dos municípios. Cidades menores dependem mais de transportes intermunicipais, que geralmente são de responsabilidade estadual. A maioria (81%) das cidades do Brasil tem até 20 mil habitantes e, entre as 4,1 mil que informam não ter transporte por aplicativo, 3,3 mil tem até esse tamanho. De acordo com a pesquisadora, o crescimento na presença de aplicativos de transporte foi alavancado pelos municípios com mais habitantes. Apenas um em cada quatro municípios brasileiros tem serviços de transporte por apps, segundo pesquisa do IBGE. — Foto: Heloise Hamada/G1 A pesquisadora explica que esse dado deve ser lido em conjunto com a presença do transporte público. “A presença do transporte oferecido pelos municípios e estados é justamente o que sinaliza, o que mostra o serviço de aplicativo aumentando”. “Olhando esse dado de serviço por aplicativo, o crescimento dele foi grande para municípios na faixa de 50 a 100 mil habitantes. Vejo isso como um reflexo desse esgotamento da nossa malha, e talvez da falta de planejamento”. Rio de Janeiro lidera na cobertura de transporte por apps, Piauí e Paraíba ficam atrás O Rio de Janeiro é o estado com maior proporção de municípios atendidos por aplicativos de transporte: 62% das cidades fluminenses oferecem o serviço. Em seguida aparecem São Paulo (48%) e Santa Catarina (45%). Na outra ponta, estados como Piauí e Paraíba estão entre os que têm menor presença desse tipo de transporte, segundo o IBGE. Veja no mapa: Os dados sobre transporte por aplicativos apareceram pela segunda vez nas pesquisas. A novidade nessa edição foi a presença de dados de igualdade racial dentro da MUNIC e da ESTADIC. Nos dados estaduais, a pesquisa aponta que oito estados não tinham reserva de vagas para negros, quilombolas, indígenas e ciganos em concursos em 2024. São eles: Amazonas, Roraima, Pará, Tocantins, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás. Para a pesquisadora, o dado mostra que a política de cotas, que tem mais de 15 anos, não está sendo cumprida. No entanto, ela avalia que a presença desse resultado é um avanço que veio de demandas do Ministério da Igualdade Racial, possibilitando a existência de dados para formular políticas públicas. “A continuidade dessa análise pode nos munir de informações para que a gente veja se está ou não surtindo efeito, se as ações que estão sendo implementadas hoje para que a gente possa reduzir a desigualdade”, conclui.

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