O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a caminho de se reunir com o líder chinês Xi Jinping na Coreia do Sul, à medida que os dois lados diminuem as tensões sobre as disputas comerciais, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nesta segunda-feira (13). O mais recente aumento das tensões nas negociações comerciais entre os EUA e a China começou na quinta-feira, quando o país asiático expandiu seus controles de exportação de terras raras, atraindo uma forte contramedida de Trump na sexta-feira — que anunciou a imposição de uma tarifa adicional de 100% contra a China a partir de 1º de novembro. Bessent disse que houve comunicações substanciais entre os dois lados durante o fim de semana. “Houve uma desescalada significativa da situação”, disse Bessent em uma entrevista à Fox Business Network. “O presidente Trump disse que as tarifas não entrarão em vigor até 1º de novembro. Ele se reunirá com o presidente do partido, Xi, na Coreia. Acredito que essa reunião ainda será realizada.” Haverá muitas reuniões esta semana em Washington, paralelamente às reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional em Washington, disse ele. Os Estados Unidos esperam o apoio de aliados, incluindo os europeus, a Índia e as democracias da Ásia, disse ele no programa “Mornings with Maria”. “A China é uma economia de comando e controle. Eles não vão comandar nem nos controlar”, disse Bessent. Trump e Xi devem se reunir durante a cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que será realizada na Coreia do Sul no fim de outubro. O dólar subiu nesta segunda-feira, com investidores apostando que os Estados Unidos vão suavizar a escalada da guerra comercial com a China após a forte queda nos mercados na sexta-feira. Bessent informou que haverá reuniões entre representantes dos dois países em Washington nesta semana, paralelamente aos encontros anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. “A tarifa de 100% não precisa acontecer”, afirmou. “Apesar do anúncio da semana passada, a relação está boa. Os canais de comunicação foram reabertos, então vamos ver como isso evolui.” Reação dos EUA foi firme Ainda assim, Bessent classificou a medida da China como provocativa e disse que os Estados Unidos responderam de forma firme. Segundo ele, o país está em contato com aliados e espera apoio de nações como os países europeus, Índia e outras democracias asiáticas. “A China tem uma economia de comando e controle. Mas eles não vão comandar nem controlar os Estados Unidos”, declarou. O governo chinês defendeu os novos limites à exportação de elementos de terras raras e equipamentos, setor no qual domina o mercado global e que é essencial para a indústria tecnológica. Pelas novas regras da China, empresas estrangeiras que produzirem certos tipos de terras raras ou ímãs relacionados precisarão de uma licença de exportação chinesa se o produto final contiver materiais ou equipamentos vindos da China — mesmo que nenhuma empresa chinesa esteja diretamente envolvida na transação. Bessent afirmou que os Estados Unidos não aceitarão essa exigência de licenciamento. O anúncio inesperado de Trump na sexta-feira abalou os mercados financeiros globais, fazendo o índice S&P 500 cair mais de 2%, na maior queda diária desde abril, quando uma série de anúncios de tarifas por parte do presidente aumentou a volatilidade no mercado. Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, participa de negociações comerciais com a China — Foto: Nathan Howard/File Photo/Reuters