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Trump recebe Milei para discutir socorro financeiro e condiciona apoio a resultados de eleições legislativas

por Redação
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Durante um almoço com o presidente argentino, Trump falou com jornalistas e comentou também que não descarta a possibilidade de um acordo de livre comércio com a Argentina. “Vamos discutir parte disso hoje… Queremos ajudar a Argentina, e claro, também queremos ajudar a nós mesmos, mas queremos ajudar a Argentina”, disse Trump durante a reunião. O republicano destacou a intenção de apoiar o aliado argentino, afirmando que deseja ver o país andino prosperar. No entanto, ele alertou que os EUA podem não ser tão generosos se Milei não for vitorioso nas disputas legislativas deste mês. “Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina. Nossos acordos estão sujeitos a quem vencer a eleição. Porque com um socialista, fazer investimentos é muito diferente”, acrescentou Trump. Sob pressão de escândalos de corrupção e da desconfiança dos mercados, o governo do presidente argentino tem sofrido impasses nos últimos meses. Em setembro, por exemplo, as eleições legislativas de Buenos Aires, a província mais populosa e politicamente influente da Argentina, acabaram em uma ampla vitória dos peronistas. O resultado ligou o alerta para as eleições deste mês, indicando que a oposição pode ganhar mais espaço no Congresso e complicar a agenda do governo Milei na segunda metade do mandato. Além disso, ele completou que a Argentina “não deveria ter nenhuma relação” com a China. Suas críticas se estenderam aos BRICs, no qual Trump afirmou que o bloco tem atuado para enfraquecer o dólar. Socorro dos EUA à Argentina “O Tesouro dos EUA está preparado, imediatamente, para tomar quaisquer medidas excepcionais que se mostrem necessárias para garantir a estabilidade dos mercados”, disse Bessent. No entanto, a ajuda financeira à Argentina é vista um movimento atípico dos EUA — sobretudo sob uma administração que vinha evitando grandes intervenções no exterior. Segundo a Casa Branca, o acordo faz parte de uma estratégia para estabilizar um aliado-chave na região. A decisão, porém, tem provocado críticas dentro do próprio país. Isso porque diversos democratas criticaram Trump por priorizar resgates internacionais e medidas de proteção a investidores, enquanto o governo americano segue paralisado — no chamado “shutdown”. Agricultores americanos também manifestaram insatisfação com os movimentos do republicano em relação ao aliado, lembrando que a China redirecionou suas compras de soja dos EUA para a Argentina neste ano. Embora os detalhes do acordo ainda não tenham sido divulgados, o pacote de ajuda pode dar a Milei um fôlego político importante em meio ao esforço para conter o agravamento da crise econômica e consolidar a base de apoio ao seu governo. O banco de desenvolvimento afirmou, em nota, que o pacote apoiará o processo de reformas da Argentina e sua estratégia de crescimento de longo prazo. Ainda não se sabe sobre a velocidade de liberação dos recursos. “O pacote terá como foco motores-chave de competitividade: desbloqueio da mineração e de minerais estratégicos; impulso ao turismo como fonte de empregos e desenvolvimento local; expansão do acesso à energia; e fortalecimento das cadeias de suprimentos e do financiamento de pequenas e médias empresas”, informou o Banco Mundial. Crise argentina O pessimismo no mercado surgiu após investidores demonstrarem preocupação de que o governo de Javier Milei não conseguiria avançar com sua agenda de cortes de gastos e reestruturação das contas públicas na Argentina. A partir de então, ocorreram sucessivas quedas do peso em relação ao dólar, levando o Banco Central da Argentina a retomar intervenções no câmbio para controlar a disparada da moeda norte-americana. A volatilidade só diminuiu após o anúncio de Bessent sobre o apoio dos EUA ao país sul-americano. Ainda assim, permanecia a expectativa em relação à concretização das promessas. O próximo grande teste de Milei e da força de seu governo será nas eleições de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro, quando os eleitores vão renovar parte do Congresso argentino. O resultado também poderá impactar fortemente os mercados. Trump e Milei em encontro na Casa Branca — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

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