Valor de empréstimos consignados para aposentados caiu para menos da metade após exigência de biometria

Valor de empréstimos consignados para aposentados caiu para menos da metade após exigência de biometria

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aumentou o controle sobre essa modalidade de empréstimo após verificar um aumento no número de casos em que o aposentado não reconhece os empréstimos feitos em seu nome. 💰O empréstimo consignado é um tipo de crédito em que as parcelas são descontadas diretamente do salário, aposentadoria ou pensão do contratante. Por ter o pagamento garantido na fonte, geralmente oferece taxas de juros mais baixas que outras modalidades. No início de 2024, uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) já apontava falhas e recomendava maior acompanhamento dessas operações, diante do aumento de reclamações dos beneficiários do INSS. Apesar de o consignado não ser o foco da investigação, o INSS decidiu agir para evitar fraudes e frear esses empréstimos. A primeira medida foi bloquear a contratação de novos consignados. O empréstimo só é liberado agora com a biometria do aposentado, pelo aplicativo Meu INSS. Além disso, a Previdência Social também suspendeu 15 instituições financeiras, que não podem mais oferecer esse tipo de empréstimo. Segundo o INSS, as empresas suspensas eram alvo de constantes reclamações. As principais queixas eram dificuldades para cancelamento, consignados não autorizados, cobranças indevidas e insistência excessiva no contato com aposentados e pensionistas. As mudanças fizeram o valor dos novos contratos cair de forma expressiva. Em 2024, o valor chegou a R$ 8,5 bilhões. Montante que se repetiu nos primeiros cinco meses de 2025. Mas, a partir de maio deste ano, as contratações caíram para menos de R$ 4 bilhões. Consignado para aposentados e pensionistas Novas contratações por ano Fonte: Banco Central Atualmente, segundo o INSS, dos 41 milhões de beneficiários, 17 milhões têm empréstimos consignados, o que representa 41,4% do total. Segundo o presidente do órgão, Gilberto Waller Júnior, o próximo passo para reforçar a segurança é implementar uma dupla verificação para solicitação do empréstimo. “O consignado, na verdade, precisa de uma revisão. Revisão pra trazer mais segurança nesta contratação. O crédito consignado é um dos mais seguros que se tem. Porque você tem o desconto em folha, você tem já o cadastro da pessoa. Só que a gente tem que ter a certeza de ter aquela tá contratando e pra isso precisamos de alguns ajustes”, disse Gilberto Waller. “[Ajustes] na instrução normativa, em sistema, até mesmo pra possibilitar outras fontes de bloqueio, que não seja só a biometria. Estamos pensando na possibilidade de utilizar senha gov.br, nível ouro, nível prata pra poder trazer uma maior flexibilidade para nosso segurado com segurança, mantendo a segurança”, acrescentou o presidente do INSS. Segundo Waller, uma possibilidade em estudo é estabelecer que o desconto no benefício previdenciário só será autorizado quando o titular do benefício confirmar para o INSS que contratou o empréstimo. “Não cabe ao INSS verificar se ele quer ou não o contrato, mas eu preciso saber que aquela expressão de vontade dele é verdadeira, que ele aceitou e ele sabe o que que está fazendo”, explicou. O planejador financeiro Leonardo Gomes alerta que o consumidor precisa estar atento ao peso da dívida no orçamento na hora de analisar a proposta de empréstimo. “Na hora de analisar a proposta final, é muito importante você olhar paro custo efetivo total. O custo total vai incluir os juros, as taxas emitidas e tudo que de fato o consumidor vai pagar naquela dívida. E aí verificar se cabe no orçamento”, declarou Leonardo. “Obviamente, isso vai trazer uma parcela mensal e vai dizer para aquele consumidor, para aquela pessoa que está pegando a dívida, se aquilo cabe ou não dentro do orçamento dela”, concluiu. INSS — Foto: Arquivo Pessoal

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