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Dólar opera em baixa, com atrito entre Trump e Fed ainda no radar; Ibovespa sobe

por Redação
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Depois de criticar o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quinta-feira (17) e afirmar que, se pedisse, Jerome Powell deixaria o comando da instituição, o entorno de Trump voltou a falar sobre o banqueiro central. A legislação americana não permite que Trump demita o presidente do Fed, mas a ameaça repercutiu negativamente nos mercados financeiros globais, que valorizam os bancos centrais independentes. “A independência do banco central é importante para que a instituição não tome decisões com base no populismo, mas sim tentando assegurar uma economia saudável no médio e longo prazo, e não apenas no curto prazo para beneficiar o presidente da vez”, explica o analista de investimentos Vitor Miziara. Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, comenta que, além da estabilidade da inflação, a autonomia do banco central também é importante para manter a confiança do mercado, principalmente em anos eleitorais. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar Na última quinta-feira (17), a moeda americana teve queda de 1,03%, cotada a R$ 5,8042. Com o resultado, acumulou: recuo de 1,14% na semana;ganho de 1,73% no mês; eperda de 6,08% no ano. 📈Ibovespa No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,65%, aos 130.487 pontos. Na quinta, o índice teve alta de 1,04%, aos 129.650 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: alta de 1,54% na semana;recuo de 0,47% no mês; eganho de 7,79% no ano. O que está mexendo com os mercados? O mercado financeiro continua operando de olho na relação entre Donald Trump e o presidente do Fed, Jerome Powell. Na última sexta, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que Trump e sua equipe estão “estudando” a opção de demitir Powell, ao ser questionado por um repórter sobre essa possibilidade. Trump, porém, não pode demitir diretamente o chefe do Fed. Para isso, um processo teria de ser aberto para comprovar que quem está no comando do BC americano cometeu alguma irregularidade grave durante seu mandato. Segundo especialistas, a credibilidade do Fed como o banco central mais poderoso do mundo se baseia em grande parte em sua independência histórica para agir sem influência política, e uma tentativa de remover Powell do cargo poderia perturbar ainda mais os mercados, já afetados pelo tarifaço. “Uma eventual tentativa de reestruturar completamente o comitê de política monetária representaria um risco institucional significativo”, disse a XP Investimentos, em relatório. Na quinta-feira passada, Trump já havia gerado barulho nos mercados após chamar Powell de “atrasado e errado”, Trump ainda reclamou do tempo que falta para que o mandato do banqueiro central à frente do Fed seja concluído, dizendo que esse momento “não chega rápido o suficiente”. Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Powell deve deixar o cargo somente daqui a um ano, em maio de 2026. Trump também chegou a afirmar a jornalistas que Powell deixaria o cargo caso fosse solicitado e reiterou que o banqueiro central deveria promover novos cortes de juros no país — o que foi negado por Powell. As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros. 🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas e, assim, impacta os níveis de consumo e investimentos da economia, reduzindo a pressão sobre os preços.⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia do país. A renovação do mau humor de Trump com Powell ocorreu após o presidente do Fed criticar o tarifaço imposto pelo republicano. Segundo Powell, a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho do BC americano, que toma suas decisões sempre guiado pelo objetivo de controlar a inflação e fortalecer o mercado de trabalho. As tarifas maiores podem encarecer os custos de produção no país e esses preços tendem a ser repassados para o consumidor, impactando a inflação. Além do atrito entre Trump e Powell, novos desdobramentos do tarifaço também repercutem. Nesta terça, o vice-presidente dos EUA. J.D. Vance, disse que o país e a Índia chegaram aos termos finais de referência para um acordo comercial que pode evitar as tarifas recíprocas cobradas pelo governo Trump. Vance afirmou que o “futuro do século XXI será determinado pela parceria entre EUA e Índia” e que “se a Índia e os EUA não trabalharem juntos, o século 21 será um período sombrio para o mundo”. Embora não tenha dado tantos detalhes, Vance indicou que o acordo pode ser influenciado, sobretudo, por parcerias nas áreas de energia e defesa.

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