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“Peaky Blinders brasileiro”: grupo extorquia e ameaçava lojistas em MT

por robertosouza
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A Polícia Civil do Mato Grosso cumpriu, nesta segunda-feira (10), dois mandados de prisão contra investigados por extorsão a comerciantes em Várzea Grande. A operação “A César o que é de César” também cumpriu mandados de buscas, sequestro de bens e bloqueio de contas dos suspeitos.

De acordo com a polícia, a investigação começou em novembro de 2024, depois de denúncias feitas por lojistas que teriam sido coagidos pelo grupo criminoso. Pelo relato a quadrilha exigia das vítimas uma “taxa de funcionamento” no valor de 5% sobre o faturamento mensal dos comércios.

A operação conduzida pela Gerência e Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco) teve como alvos principais dois suspeitos. Um dos homens, apontado como líder do esquema, era identificado pelo apelido de “Shelby”, em referência ao personagem Thommy Shelby, da série Peaky Blinders. O outro era conhecido como “Maxixi”. Os dois foram presos na ação desta segunda-feira (10).

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O delegado Antenor Pimentel Marcondes, responsável pela investigação, afirmou que a extorsão se tornou uma prática recorrente da facção criminosa, que ameaçava de morte os comerciantes que se negavam a pagar os valores cobrados.

“A GCCO tomou conhecimento da ocorrência de extorsões aos atacadistas do ramo de acessórios e peças de celulares no camelô de Várzea Grande, e após diligências diversas foi confirmada a veracidade dos fatos, contudo as vítimas se mostram extremamente amedrontadas. E dessa forma, cabe ao Estado viabilizar a persecução penal, implementando mecanismos para proteger o cidadão e combater a criminalidade”, explicou.

A investigação mostrou que o grupo ameaçava colocar fogo nos estabelecimentos de alguns comerciantes e também estendia as represálias a funcionários e familiares. Além das ameaças aos lojistas, o grupo atuava para intimidar testemunhas.

Segundo a polícia, a quadrilha colocou duas advogadas para “acompanhar” os depoimentos de vítimas e testemunhas à Polícia Civil, sem que eles solicitassem os serviços. Por isso, a investigação também apura um possível crime de embaraço à investigação.

Modus Operandi

De acordo com a Polícia Civil, liderados por “Shelby”, que tinha o apoio de “Maxixi”, o grupo monitorava a rotina das vítimas e passava com frequência nos estabelecimentos. A polícia afirma que a alegação deles aos comerciantes era oferecer “segurança”.

Caso o lojista se recusasse a pagar os valores devidos, a organização criminosa ameaçava de morte, violência física e incêndios criminosos.

Em grupo de conversas, Shelby fazia chamadas de vídeos para intimidar as vítimas e definir os valores que poderiam ser pagos via pix ou dinheiro. Nessas chamadas, o suspeito também alegava manter contato direto com criminosos presos, que seriam os líderes.

A investigação apontou que Maxixi era o responsável por adotar uma postura mais agressiva no trato com as vítimas Os pagamentos das taxas ilegais seriam feitos a ele.

Renda incompatível

Alvo da operação, o líder da organização, de iniciais O.R., apresenta um patrimônio incompatível de acordo com as informações do inquérito.

Segundo a polícia, o homem apresenta um registro de funcionário em uma churrascaria em Cuiabá, no entanto, não exerce nenhuma função no local.

Mesmo assim, a investigação comprovou que ele e a esposa têm veículos de luxo e imóveis. O sequestro de bens autorizado pela justiça abrange os veículos em nome da esposa.

Além dessa investigação, Shelby tem antecedentes por homicídio, furto, roubo e por integrar organização criminosa.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Peaky Blinders brasileiro”: grupo extorquia e ameaçava lojistas em MT no site CNN Brasil.

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